“África Blues. Moçambique em 2100: projecções da crise climática nas faces daqueles que a vivem todos os dias” é o título da exposição fotográfica a ser inaugurada no dia 27 de Abril, no Museu da História Natural, em Maputo.

A mostra apresenta imagens tiradas em Moçambique por Giulia Piermartiri e Edoardo Delille para África Blues, em colaboração com a WeWorld-GVC foram realizadas como parte da campanha #ClimateOfChange, que foi criada para contar a história da ligação entre as mudanças climática e a migração. Trata-se de fotografias criadas utilizando uma técnica inovadora, que mergulha o visitante num futuro possível.

Num jogo de sobreposições, pode-se observar cenas da vida quotidiana misturadas com dispositivos que mostram esses mesmos lugares drasticamente alterados pela crise climática.

As obras revelam uma imagem que nos projecta para um futuro que já não parece tão distante. Secas, inundações e tempestades repentinas são episódios que agora se alternam e se repetem todos os anos em Moçambique, afectando e destruindo aldeias inteiras e comprometendo a colheita agrícola. São especialmente as comunidades mais pobres e mais vulneráveis, que vivem da agricultura, as mais vulneráveis, sugerem os autores.

A exposição “Africa Blues” insere-se no lançamento do projecto “Clima de Mudanças: Caminho para Criação e Reforço de uma Geração Ambiental Consciente em Moçambique.

Trata-se de um projecto que visa promover a consolidação da boa governação ambiental em Moçambique, envolvendo os jovens no debate político, na tomada de decisões e na gestão sustentável dos recursos naturais.

A intervenção visa desenvolver a consciência dos jovens, organizações da sociedade civil, autoridades públicas e cidadãos sobre as mudanças climáticas e as suas consequências, sobre o seu papel e a responsabilidade de agirem como agentes de mudança e como melhorar em conjunto a gestão dos recursos naturais nas áreas provinciais de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Maputo.

Estima-se que se beneficiem directamente destas acções 80 organizações da sociedade civil moçambicana, 50 membros das autoridades públicas, 300.000 jovens cidadãos e oito comunidades locais.

O projecto será implementado por um consórcio de organizações internacionais e nacionais, constituído por WeWorld-GVC, Instituto de Cooperação Económica Internacional (ICEI), Centro Terra Viva (CTV) e o Conselho Nacional do Voluntariado (CNV) e co-financiado pela União Europeia.

Artigo publicado na revista Jornal Noticias