A WeWorld está na Tunísia desde 2012, a dar apoio aos elementos mais vulneráveis das comunidades, com projetos com a finalidade de reforçar a sociedade civil, empoderamento feminino, inclusão dos jovens. Além disso, estamos empenhados em reforçar a economia social e solidária e a governança do país.   

O contexto  

A Tunísia aparece como única história de sucesso dentro das sublevações da primavera árabe, passando por uma rápida transformação em direção à democracia desde 2011.  E mesmo assim, a situação política do país é frágil. Do ponto de vista económico, quase todos os parâmetros realçam uma situação pior em comparação com o período anterior à primavera árabe. As graves condições de boa parte da população tunisina, as desigualdades regionais e a exclusão dos jovens, representam um grave risco para a transição democrática.   

A nossa intervenção   

Na Tunísia o desemprego é alto em particular entre as mulheres e os jovens, com fortes disparidades inter-regionais. Para promover a emancipação feminina nas áreas rurais de Sidi Bouzid e Kasserine, apoiamos a auto-organização em cooperativas e as atividades empreendedoras femininas. As beneficiárias, corretamente formadas e acompanhadas no seu percurso, criaram pequenas realidades de fabrico de tapetes, comercialização de produtos caseiros, criação de aves domésticas. O objetivo dessas ações era garantir uma autonomia económica que abria caminho para a igualdade de género nas zonas rurais.    

Graças a percursos de sensibilização sobre os direitos e a alfabetização, deram-se mudanças importantes nas próprias mulheres, a nível de consciencialização e autonomia e na comunidade: maior respeito por elas. Para além disso, a pertença a uma cooperativa contribuiu para melhorar o estatuto social das beneficiárias e criar um modelo de reforço positivo.   

Na Tunísia empenhamo-nos em reforçar a sociedade civil e as instituições do governo. As intervenções em apoio da economia social foram acompanhadas por ações de políticas e de defesa para apoiar uma evolução da legislação para favorecer o empreendimento social.    

Temos como objetivo envolver a sociedade civil para reforçar os princípios da boa governança, da participação e da democracia local. Por isso, a nossa organização decidiu aderir e apoiar uma campanha nacional em defesa do decreto-lei 88 sobre a liberdade de associação, fundamental para a transição democrática do país.  Trabalhamos também, para melhorar os mecanismos de controlo das instituições locais e a administração pública.  

As terríveis condições sócio-económicas e a falta de perspetivas para os jovens tunisinos estão em risco de ter consequências imediatas e negativas: de facto, tornam os jovens mais recetivos às mensagens do islamismo radical.  Embora a Tunísia seja um dos países mais liberais do mundo árabe, tornou-se um terreno de recrutamento para estes grupos. Para lutar contra este fenómeno trabalhamos na prevenção do extremismo violento e no envolvimento ativo dos jovens.